quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Uma menina chamada Maria


Há alguns anos, por volta do meio-dia, houve grande alvoroço na Rua Silva Magalhães em Tomar. A Sr.ª D. Leopoldina – além de grande amiga da família, também vizinha da frente – foi a correr para o local do acontecimento, quase mesmo em frente, para ajudar no parto de uma linda menina, que foi baptizada com o nome de Maria, mas que ficou (mais tarde) conhecida como a “Menina das Trancinhas”. Nesta foto, sentada num velho cadeirão, ainda as não tinha.
A Maria é uma menina que se contenta com pouco. Como exemplo disso, pode apontar-se o facto de ter tido poucos brinquedos, mas sempre satisfeita com qualquer coisinha que fosse. Certa ocasião, o pai fez-lhe um carrinho em madeira e ficou mais feliz que um adulto com um de chapa!
Viveu uma infância feliz enquanto morou na sua terra, mas mesmo tendo saído de lá, continuou sempre leal ao berço onde nasceu.
Muito nostálgica, lembra os seus primeiros anos de vida (recorda-se de coisas que ocorreram desde que tinha apenas dois anos); as longas viagens que fazia frequentemente a Ovar e para a Quinta do Carregal, os olhos luzentes dos lobos, junto à estrada nas noites escuras, que lhe metiam tanto medo que a mãe a tapava para que os não visse; a precoce tendência para a leitura; a falta de apetite e o gato das botas que, se não comesse, aparecia e ainda por cima a porta mexia-se sozinha e rangia; os trambolhões; as brincadeiras de criança sem maldade, aqueles telefonemas do género:
- Está, sim? É de casa do Sr. Coelho?
- É sim, menina.
- Pum! Pum! Considere-se morto!

Já não tão brincalhona, talvez marcada pela saudade e por outras mazelas, mas ainda se contenta com as mais singelas coisas.
Um beijinho para a menina Maria!

sábado, 13 de novembro de 2010

Aqua parque dos anos 30

Retirado de um Notícias Ilustrado de 1933.
Um parque de diversões montado em Lisboa. Mas em que sítio?

sábado, 6 de novembro de 2010

Anúncios de outros tempos


Aqui mostro o reclame feito ao sabão activado da CUF, com os respectivos conselhos.
De um Século Ilustrado de Setembro de 1958.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

A Conta da Joana


Como é sabido, neste ano assinala-se o Ano Europeu de Combate à Pobreza e à Exclusão Social (AECPES).
O lançamento do AECPES teve lugar em Madrid, a 20 de Janeiro de 2010, mas já tinha sido decidido pelo Parlamento Europeu e do Conselho em 22 de Outubro de 2008. Esta decisão teve como base, níveis de pobreza e exclusão social inaceitáveis em países da União Europeia, destacando-se os rendimentos, as oportunidades de trabalho e educação, sistema eficazes com protecção social, habitação e acesso a serviços de saúde. Posto isto, verifica-se a necessidade de criar métodos de inclusão para uma aproximação à coesão social.
O AECPES tem como finalidade incentivar políticas que permitam diminuir os indicadores de pobreza e exclusão social.
Quando atrás referi “sistemas eficazes com protecção social”, logo me lembrei das medidas recentemente tomadas com o Rendimento Social de Inserção e com o Subsídio de Desemprego. (A U.E. é que manda…)

Para divulgar o AECPES à sociedade, estão espalhados anúncios sobre a iniciativa.
A imagem que apresento é a da “Conta da Joana”. Existem, pelo menos, mais 3: “O Brinquedo do Luís” (uma velha bola de futebol); “A Cama do Mário” (Um banco de jardim, coberto de cartões e um cobertor em farrapos); “A Refeição da Sofia” (Um carrinho de compras com um pão de forma e uma lata de conserva).
Infelizmente nenhum destes exemplos é exagero. São todos perfeitamente possíveis.

Mas os menos atentos que se defrontem com “A Conta da Joana”, vão perceber o quê do anúncio? E os mais carenciados? (alguns dos quais a quem foi suspenso o Rendimento Social de Inserção ou o Subsídio de Desemprego). Provavelmente reparam apenas na grande imagem da carteira e dos cêntimos e no logotipo da Segurança Social… e pensarão: “estão a gozar com os pobres?!”

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Só encostei a porta


Não me apetece escrever no blogue.
Há dias, em conversa com uma bloguista, expressei-o, mas disse que não iria fazer nenhuma espécie de chantagem psicológica a avisar que o fosse fechar.
O conselho foi qualquer coisa como: "não tranques a porta; encosta só."

Não seria essa a minha intenção, nem tenho quaisquer razões para o fazer. É caso para dizer que o blogue "não come pão".
No entanto, neste momento tenho mais coisas em que pensar e preparo-me para começar uma nova etapa da minha vida.
Não tenho tido - perdõem-me os "blogueiros" - sequer paciência para deixar, por vezes, um pequeno comentário aos novos posts.
Pode ser que, de aqui a uns tempos, depois de assentar a poeira, "volte à carga" com o mundo dos blogues.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Saudades de "Cascaes" de outros tempos


A luz do dia entrava pelas janelas, e o dia convidou-me a ir dar um passeio.
Sentei-me ao volante e fui à terra de onde vem a minha família paterna, com o propósito de a visitar, mas também ver um casal amigo, vizinhos dos meus avós.
Aproveitando a ida a Cascais, comecei por ir ao Parque Condes de Castro Guimarães (mais conhecido por Parque Marechal Carmona). Conheço esse lugar desde que me lembro de existir. No entanto, se não soubesse que era o mesmo parque, não o reconheceria. São poucas as coisas que se mantêm, como o café, a mina, a estufa, o museu, a capela, as pontes do Rio dos Mouchos, e pouco mais. De resto, tudo está diferente. Havia lá um mini-zoo, com 3 macacos, várias aves, incluíndo o corvo Vicente que cumprimentava quem por perto passasse e guardava a comida que lhe davam num buraquinho pequeno, para quando tivesse fome. Depois, no lugar onde se vê um parque infantil, estavam os veados e um pouco mais ao lado, as raposas. Havia também pavões à solta. Que eu tenha reparado, safou-se meia-dúzia de patos e algumas tartarugas, no lago à entrada. Os restantes lagos estão secos.
Um relvado enorme, várias plantações de flores muito bonitas e outras modernices, vieram ocupar o lugar que já foi um dos mais bonitos que conheci, com caminhos pelo meio das árvores e alguns encontros com os referidos pavões.
Mas nem tudo é mau: a capelinha junto ao museu, que tinha aspecto de abandonada e sempre fechada, estava aberta, e visitei-a, lembrando-me de todos os Cascalenses de família e fora de família que têm lá vivido, desde que vim ao mundo aos dias de hoje. Lembrei-me de todos os que ainda vivem e os que já partiram, e mesmo dos que não sei se ainda vivem. De qualquer forma, poucos restam. Partiram muitos. Mas eu fui lá e lembrei-me deles, para que a sua memória não se apague.

Depois, fui ao Largo Luiz dos Santos, tio da minha avó, cuja placa toponímica desapareceu da casa velha que se vê na foto e fui encontrar à venda numa feira de antiguidades. (Só gostava de ver a cara de parvo do “gatuno” quando por lá passar e a reencontrar, só que desta vez, do outro lado da rua, e impossível de lhe chegar).

Finalmente, lá fui ver os antigos vizinhos dos meus avós, que são como da família. Entrei numa casa onde fui mais vezes do que a conta dos meus cabelos, onde vivi muitos momentos alegres, outros menos felizes, mas que deixou muita saudade.
A casa, lá está, de pé.

Por hoje chega de conversa.
Até breve!

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Regresso aos estudos


Há uns bons anos, fui conduzir uma composição. Percorri cinco quilómetros sem grandes problemas, mas no sexto, houve um pequeno descarrilamento. Não houve feridos. Recolocada a máquina nos carris, continuei a viagem, tendo feito mais 3 quilómetros. Chegando ao fim dos 9, a linha acabava. Tinha então de optar por uma das quatro linhas que havia para escolher. Não tive grandes dúvidas, e coloquei a agulha para seguir pela linha 4. Andei mais três quilómetros, e no primeiro destes três, já sonhava em depois continuar a viagem e descobrir novos horizontes.
Porém, percorridos os 3 mil metros da linha 4, esta chegava ao fim e desta vez não tinha para escolher uma de quatro, mas dezenas e dezenas de linhas, algumas das quais com fama de serem muito tortuosas, outras que não iam dar a lado nenhum de interesse, e ainda outras que não sabia se havia se seguir ou não.
Dada toda esta confusão, decidi arrumar o combóio e voltar lá passado um ano, mas cada vez que me lembrava das dificuldades que tivera encontrado, adiava sempre o meu regresso às linhas. E depois, com o passar dos anos, a locomotiva já não andava há muito, as linhas estavam enferrujadas e pensei que as agulhas estivessem perras.
Só voltei ao apeadeiro passados 12 anos. Fui por a locomotiva a trabalhar, e ainda trabalha bem, a “gaja”! A diversidade das linhas já não me pareceu tão confusa, e a agulha não estava perra. Até já a desviei para seguir por uma linha e continuar, pelo menos mais três quilómetros. Já fiz os testes à máquina e parece reunir todas as condições para arrancar. Em princípio, depois das minhas férias, lá para Setembro vou conduzir o combóio por mais três quilómetros.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Infelizmente não houve luar


Começou ontem o ciclo de um grande desafio para os que acabam o secundário e se preparam para novos caminhos.
Assim, o primeiro exame nacional desta etapa foi o de Português.
Testou-se assim, não só as capacidades em redigir textos e usar a língua portuguesa, mas também os conhecimentos sobre obras impostas para leitura no 12º ano.
Além disso, colocou-se à prova, também os conhecimentos sobre os tempos verbais, os recursos estilísticos, entre outros.
Mas foi espanto para a maior parte dos alunos uma boa parte do conteúdo do exame: Os Lusíadas. Fazia, realmente, parte do programa, mas como modelo de comparação com a inspirada obra de Pessoa,a Mensagem.
O programa compunha-se também de Memorial do Convento (sobre o qual pedia um pequeno texto sobre a obra) e de Felizmente há luar (que infelizmente não houve).

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Nico: Um amigo especial


Quem olhar para a fotografia vê apenas um simples periquito, mas é mais do que isso.
Chama-se Nico e dá pelo nome. Anda e voa livremente pela casa, tendo na mesma uma gaiola, para onde vai, ou por vontade própria, ou porque as donas têm que o meter lá por qualquer razão. Mas não é tudo. Além das donas ainda conhece mais pessoas, só que não gosta de todas. Não sei quais serão os critérios para gostar de alguém, mas o que é certo, é que quando não gosta não esconde, ao contrário de algumas pessoas. Assim, pia estridentemente aos ouvidos, e bica furiosamente a pessoa indesejada.
Às outras, dá bicadinhas devagar e começar a falar para elas. Sim, porque este periquito fala! E o léxico é vasto: Chiça, porra, meu Deus, Jesus, shiu, chato, beijinhos, etc. Para além disto ainda ladra.
Mas ainda não é tudo: ao lado da gaiola, está sempre um copo onde ele vai beber - imaginem - chá. Depois, além da tradicional mistura para periquitos, ainda pode ir aos pratos das donas ou às travessas, disfrutar de um pedacinho de frango, peixe, milho, cornichons, azeitonas, pão, etc..
De referir ainda que é muito asseado (tirando os cocós que vai deixando por onde passa), pois quando as donas vão lavar as mãos ao lavatório, enfia-se debaixo da torneira, para tomar banho, especialmente, nos dias de calor intenso.

domingo, 30 de maio de 2010

Quer ver? Pague mais!


Sé de Évora.
Para visitar a Sé, tem que se pagar, à entrada.
Mas, se quiser ver cada capela da igreja, vá à recepção adquirir as fichas para acender a luz, e despache-se a ver, porque não está muito tempo acesa.

QUE VERGONHA!!

Sem Comentários


À entrada do jardim, em Évora.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Onde fica a rua que não tem a placa toponímica?


Hoje, na Estação do Metro de Arroios:
-Boa tarde, minha senhora. Podia dizer-me para onde se vai para...(Eu a resmungar baixinho: Olha, foi-se embora, tem medo que a morda. Só espero que quando precisar de ajuda lhe façam o mesmo!).
Saí da estação, aproximei-me de um Senior e disse: - Boa tarde! O amigo podia dar-me aqui uma ajuda... Resposta: Eu dava, mas não tenho aqui nada. Minha contra-resposta: Pois, meu senhor, felizmente ainda não cheguei a isso. Na verdade a ajuda que quero de sua parte, é que me indique para onde se vai para a Barão de Sabrosa. O Senior: - Então, segue sempre a estrada, e ao fundo vira à esquerda.
- Obrigado e resto de um bom dia. Saúdinha!
Lá subi, e não dava com a rua, perguntei a outro. "O quê, não percebi. Tem de falar mais alto que ouço mal" - Barão de Sabrosa - "Barão de?" - Sabrosa! - "Desculpe, mas não compreendo". (Escrevi num papel)
- "Ah, para a Barão de Sabrosa, venha no autocarro e... toque para saír... atenção... é para aquela rua que tem de seguir" - "Obrigado, bem haja!" (e fiz os gestos de agradecimento com as mãos.
Curioso é que quando lá cheguei, não havia placas toponímicas, e o mesmo parece ter acontecido com letreiros que estavam junto da Igreja de São João.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

50 anos a transportar...


Como já referi neste espaço, em 29 de Dezembro passaram 50 anos sobre a inauguração do Metropolitano de Lisboa. Assim, o slogan comemorativo da efeméride é 50 anos a transportar Lisboa, como se pode ver na maior parte das estações.
Porém, no Campo Grande, algum engraçadinho resolveu retirar à palavra “Lisboa”, o L e o A; não satisfeito com isso, ainda mudou a ordem das letras. Assim, ficou o slogan original que se vê na foto.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Mata Nacional das Árvores Podres


Considero a conhecida Mata Nacional dos Sete Montes, em Tomar, a mais bela que há por esse Portugal fora, embora existam outras também bonitas.
Mas esta - não sei se é por ser tomarense - tem um encanto especial.

Talvez porque, sendo uma das minhas grandes paixões, constitua uma preocupação: o fogo.
Num país onde os fogos postos vão sendo cada vez mais frequentes, e com a falta de limpeza das matas, qualquer fogacho depressa se transforma num incontrolável fogo.
(toc, toc, toc - na madeira - "Seja o Diacho surdo, cego e mudo")

Ao passear pela mata, encontrei, por algumas vezes, o caminho cortado por árvores caídas. São muitas as árvores que manifestam falta de manutenção. Já para não falar na quantidade de ervas altas que invadem os locais de circulação.

LIMPEM A MATA, ANTES QUE SEJA TARDE. DEPOIS AINDA ALGUÉM DIZ "ARDEU, MAS NÃO DEVIA TER ARDIDO!"

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Palavras, para quê?


Como se pode ver, em princípio de Abril, o Rio Nabão é um autêntico dilúvio.
Está cheio de água, e água limpa.
Desta vez, não se vêem peixes, mas patos há-os à fartura, nos sítios onde não há tanta corrente.
Ficam as imagens, que dizem mais que quaisquer palavras.

domingo, 4 de abril de 2010

Centro Comercial dos Templários

Não sei quantos anos tem. Conheço-o já há mais de vinte, tendo-o visitado quase sempre que vou a Tomar. Conheci-o com muitas lojas abertas, de diversos ramos.
Entra-se lá dentro e faz lembrar o Centro Comercial Columbia, na Av. Júlio Dinis, em Lisboa. Tem um estilo próprio dos anos 60. Conserva ainda essa característica.
Ontem, ao lá entrar, pouco reconheci do Centro Comercial dos Templários não de há muito tempo. Neste momento, o ramo que lidera esta superfície comercial, é o das imobiliárias, que colocaram a aluguer a maior parte das lojas.
É um “Centro Comercial fantasma”. Ao passar por todas aquelas lojas fechadas, só pensei na quantidade de pessoas e famílias que viram o seu negócio ir por água abaixo.
Há quem atribua este drama à quantidade de grandes superfícies comerciais que abriram nas imediações da Cidade Templária.

Nota: Não tenho nenhuma fotografia do Centro Comercial.

sábado, 3 de abril de 2010

Uma Bela Vista em Tomar


Por sugestão da (conhecida de todos) Maria dos Alcatruzes, fui hoje almoçar Cabrito Assado à Padeiro, no Restaurante Bela Vista. Considerado por muitos o melhor restaurante de Tomar (outros consideram melhor o Beira Rio, rival deste), situa-se junto ao rio Nabão, ao lado do Convento de Santa Iria. Como o próprio nome indica, da esplanada do mesmo pode contemplar-se um maravilhoso cenário, desde o rio, a ponte, o Castelo dos Templários...
É um dos restaurantes que conheço há mais tempo, tendo lá ido com apenas dois anos.
Para quem quiser conhecer Tomar, é uma forma de não parar de ver a terra, enquanto se almoça.
Fica aqui a sugestão. Com água na boca...

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Convento de Cristo e a Janela do Capítulo


Continuando a estadia em Tomar, resolvi subir até ao Convento de Cristo. Do centro da Cidade até ao Convento, faz-se bem a pé.
Lá me perdi nesse convento labiríntico. Para o visitar todo, melhor seria levar um mapa e uma bússola. Entra-se numa área com a intenção de a ver toda, mas encontra-se uma entrada, e vá de ir vê-la. Só que a seguir, encontra-se mais um caminho, e a curiosidade é superior a todas as lógicas, e perdemo-nos pelos corredores e salas do Convento.

Recentemente tem-se falado da polémica limpeza da Janela do Capítulo. Hoje, ao vê-la, realmente reparei na grande sujidade. Mas, o facto de pensar na limpeza da Janela, fez-me lembrar a útima limpeza que fiz ao dentes: depois da destartarização, senti-os mais frágeis. Assim temo que aconteça o mesmo com a Janela do Capítulo.
Antes tivesse ficado coberta e mesmo escondida, como a outra desconhecida janela.
É que a Janela do Capítulo tem uma “irmã” mais velha. Segundo dizem as más línguas – e as boas – antes da construção da dita Janela, fora feito um ensaio. Essa janela encontra-se muito perto da conhecida Janela, só que por detrás de um muro, muito discreta. Pode ver-se na última foto.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Fui para o Paraíso


De vez em quando sonho com uma ida a Tomar, incluindo a estação ferroviária, o convento de S. Francisco, o caminho para a Corredoura, os aposentos do União...
Mas poucas vezes passa de sonho. Hoje, é excepção; passei pela estação e o caminho até ao União – a minha casa de Tomar.
Escrevo estas linhas sentado no mítico Paraíso, café aberto nos anos 40, mas que só fecha lá pela noite dentro. O Paraíso conserva ainda o estilo característico da época: paredes espelhadas, ventoínhas e candeeiros da primitiva, etc..
Durante o dia, é frequentado pela pessoas mais idosas; à noite, enche-se de juventude.
Como uma bucha, acompanhada de uma cerveja, para depois ir ver como é que está o Nabão, e se as casas e as ruas estão todas no mesmo sítio.

Visitem Tomar!

quarta-feira, 17 de março de 2010

Que bem que se está no campo


Quem vive na Cidade não faz ideia da vida no campo. É calmo, porque não tem a confusão das cidades; o ar é mais saudável; as pessoas, mais simpáticas e humanas, etc... Um vasto rol de vantagens.
Mas as pessoas que vivem no campo, têm de trabalhar muito. Normalmente, a quem trabalha, não falta o pão na mesa. Mas o tempo livre é pouco: é preciso mondar as culturas, frezar a terra, regá-la, tratar os animais, podar as árvores...
Mas, mesmo assim, parece ser uma vida bem mais saudável.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Um Corvo no Porto


Mais uma vez, penso na falta de razões para as conhecidas e estúpidas rivalidades entre o Porto e Lisboa.
Embora conheça pouco da cidade do Porto, parece-me ser uma das mais bonitas de Portugal.
Do pequeno passeio de hoje, aqui mostro algumas fotos, nomeadamente o eléctrico, parte do Hospital de Santo António (que bem precisava de uma limpeza), a vista das pontes, a Torre dos Clérigos, etc.
Aproveito para sugerir um restaurante onde se pode fazer um almoço de amigos ou família, sem pressas, com comodidade e, já agora, boa comida: junto ao Hospital de Santo António, o “Assador Típico”, cuja especialidade são os grelhados.
Para melhor fazer a digestão do almoço, nada melhor que um passeio pelo jardim, no Campo dos Mártires da Pátria, aí bem perto.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

PNEUMOULTRAMICROSCOPOSSILICOVULCANOCONIOSIS

É a maior palavra que conheço. Foi-me ensinada por uma amiga que a consegue dizer sem qualquer dificuldade. Curioso é conhecer a palavra. Mas só conhecer e não saber o significado, pode fazer-nos pensar que não é verdadeira. Mas a palavra existe e já sei o seu significado.

A PNEUMOULTRAMICROSCOPOSSILICOVULCANOCONIOSIS é uma doença rara provocada pela inalação prolongada de cinzas e fumos vulcânicos, que provoca a absorção pelo nosso organismo. Pouco mais sei dizer sobre esta doença.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Hospital de Arroios


Começo por dizer que foi a última vez que disse que “para a próxima vou falar disto”. Prometi que falaria sobre o Hospital de Arroios. Enquanto não o fiz, também não quis colocar mais posts. Só agora escrevo porque precisei conferir alguns dados.

A ideia de falar sobre o Hospital de Arroios, surgiu quando, aqui há tempos, passei lá em frente e deparei-me com o estado miserável em que se encontra.


A História (resumida) do Hospital de Arroios

O chamado Convento de Nossa Senhora da Conceição de Arroios foi edificado no ano de 1705, com o apoio da filha de D. João IV, D. Catarina de Bragança e de D. Luísa de Gusmão e foi utilizado para formação de Jesuítas até 1755. Chamava-se na altura Colégio de São Jorge de Arroios.
Após a expulsão dos Jesuítas, em 1759, foi ocupado por freiras franciscanas, ficando então conhecido como Convento de Nossa Senhora da Conceição de Arroios.
Com a morte da última freira, em 1890, o convento ficou devoluto até 1892, ano em que o Estado decidiu que o convento passasse a ser utilizado como hospital, tendo acontecido, mas sob a administração do Hospital de S. José, e como hospital de isolamento para doentes de peste bubónica, cólera, varíola, lepra, tuberculose, etc..
Em 1898, passou a chamar-se Hospital Rainha D. Amélia, tratando exclusivamente de casos de tuberculose.
Só em 1911 tomou o nome de Hospital de Arroios.
Em 1993 fechou portas, e encontra-se devoluto até à presente data.
Contudo, a Igreja do convento ainda funciona.

Sobre o fecho do Hospital, pouco consegui apurar, mas houve um projecto urbanístico para o antigo Hospital de Arroios, que foi recentemente declarado nulo, por os edifícios projectados terem mais dois pisos que o permitido para aquela zona.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Médico - Precisa-se


(O Hospital de Arroios não está esquecido. Ficará para uma próxima.)

Desde que nasci até por volta dos meus 15 anos não conhecia sequer o meu médico de família. Por essa idade, apenas precisei para emitir credenciais para marcar consultas no Hospital. Passados alguns anos, sem outras alternativas, passei a ter de ir ao “médico da caixa” da zona onde morava.
As pessoas têm má impressão dos médicos dos Centros de Saúde, e eu não fugia à regra, mas depressa mudei de opinião. Tanto, que, mesmo depois de mudar de residência, não transferi o processo para o Centro de Saúde da área.
Reformou-se o médico. Ainda tenho o processo no outro Centro de Saúde (onde há falta de médicos). Entretanto, resolvi procurar um serviço de saúde (não é da Segurança Social), marquei consulta, esperei 5 meses.
Ouvi falar bem da médica que me ia atender. Há duas semanas, telefonam-me do dito serviço, e um funcionário informa que a médica se demitira e que a consulta para aquele dia fica sem efeito. Passados dias, recebo uma carta com o dia da consulta e o nome do médico.
Sinceramente, não sei o que lá fui hoje fazer. O médico só me perguntou (ao mesmo tempo que pegava na caneta e no bloco das receitas):
- De que é que precisa?
- Sr. Dr.: Vim cá, por “isto”, “assim” assim”.
(Ao mesmo tempo, desenhava os hieróglifos na receita)
- Pronto. Então, está despachado!
- Mas – oh Sr. Dr. – ainda há “isto” e “tal” “tal”.
- Ah, muito bem... É tudo?
- E agora, para quando é que marco consulta?
- Para daqui a seis meses. Adeus!

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Falta de tempo... e disposição.


Não tenho escrito, mas tenho vindo aqui e aos blogues dos amigos. Nem sempre faço comentários, mas não deixo de os ler.

É que, para além do blogue, ainda tenho:

A minha família e os amigos;
Um emprego (ainda bem) que me dá muito trabalho. Tanto, que às vezes levo trabalho para casa;
A ginástica, que me tem devolvido alguma mobilidade que já tinha perdido;
O Grupo dos Amigos de Lisboa e a Olisipo, ao quais dedico parte do meu (pouco) tempo;
Tentar fazer mais alguma coisa pela vida (minha e dos outros;
Dormir;

Como se pode ver, não tenho assim muito tempo. O pouco que tenho, é mais para descansar.

Mas prometo para breve um post, cujo conteúdo estou a preparar, sobre um assunto de Lisboa, para variar...
Palavra-Chave: Hospital de Arroios.

Obrigado por me aturarem.

sábado, 9 de janeiro de 2010

Metropolitano de Lisboa - 50 anos


Aproveitando um texto que fiz sobre a história do Metropolitano de Lisboa, para uma revista de cultura olisiponense, resolvi transcrever para este blogue um breve resumo.

No dia 29 de Dezembro assinalaram-se 50 anos sobre a inauguração do Metro, mas os projectos para a construção de uma rede ferroviária subterrânea em Lisboa, começaram muito antes:
- Há notícia de em 1888 se ter planeado um caminho que ligaria Alcântara, Rato, Intendente e Santa Apolónia;
- 1913 – Entre o Cais do Sodré, Rossio e Santa Apolónia;
- 1922 – Alcântara, Rossio e Santa Apolónia;
- 1923 – Rede com cinco linhas, todas elas ligadas ao Rossio;
- 1924 – Abertura do primeiro concurso por parte da Câmara Municipal de Lisboa, para a adjudicação da concessão de uma rede de metropolitano. A Câmara pedia a participação numa receita bruta superior a 8%, facto que afastou os concorrentes;
- 1945 – Nova iniciativa por parte da Câmara para a construção da rede metropolitana. (Tinha-se verificado que, durante as exposições do Mundo Português, os eléctricos e os autocarros eram insuficientes).

Finalmente, em 26 de Janeiro de 1948, nasce a Sociedade Metropolitano de Lisboa.
Depois de anos de discussões sobre a rentabilidade do Metro, e de elaboração de planos, começaram as obras (7 de Agosto de 1955).

Só em 29 de Dezembro de 1959, começou a circulação do Metropolitano de Lisboa, tendo este sido inaugurado por Américo Tomás, e benzido pelo Cardeal Cerejeira.


Está patente uma pequena exposição na estação de Alvalade sobre o 50.º aniversário do Metropolitano de Lisboa, com algum interesse. Desta, fazem parte as duas primeiras carruagens. (série ML7).

domingo, 3 de janeiro de 2010

Parreirinha do Chile


Recentemente, tive de ir fazer um dia de trabalho para os lados da Praça do Chile.
Em tempos, (parece que sou muito velho) frequentava muito essa zona: estive na Alliance Française, tirei a carta ali perto, e ia visitar uma tia-avó que morava na Travessa das Amoreiras a Arroios. Deixei a escola de Francês, tirei a carta, e a minha tia seguiu aquele caminho que todos nós seguimos.
Passaram alguns anos que não andei por aqueles sítios, com algum tempo livre.

No intervalo para almoço desse dia, pensei procurar a tasca que, por vezes, frequentei “nesses tempos”, por ser uma tasca típica de Lisboa.
Cheguei lá, estava aberta, quási lotada, mas – como sou magrinho – ainda consegui entrar. Lá foram as sandochas de torresmos e de bifanas, e o belo penaltie de tintol.

Semelhante à conhecida Tendinha, a Parreirinha do Chile é uma antiga tasca olisiponense.