quinta-feira, 30 de julho de 2009

Dois olhos, uma só barriga


Volto aos prazeres gastronómicos, como recentemente falei das sardinhas da esplanada da Rua das Portas de Santo Antão.
Desta vez, a almoçarada foi na 1º de Dezembro – diga-se de passagem – em muito boa companhia.
Um simpático Buffet, onde se almoça por menos de seis euros per capite, só pelo prato (a bebida, a sobremesa, o café e o digestivo são à parte), tem no átrio comidas diversas (grelhados, guisados, cozidos, saladas) à descrição. Mais à frente, mesas e cadeiras, distribuídas por um grande e agradável espaço, bem decorado por garrafas espalhadas em prateleiras, pelas paredes; o tecto é alto e tem alguns arcos.
Parece um restaurante de luxo.

Os restaurantes com comida à descrição, parecem fazer parte de uma nova tendência, que pode vencer nos tempos de crise que atravessamos. Porém grande parte das pessoas tem esta mentalidade: “já paguei, agora vou comer até conseguir”. O pior, é que vi vários pratos serem levantados das mesas, contendo restos de comida.

Não sei se o que vou dizer não existe já: Mas, se estes restaurantes pesassem os restos das refeições deixados pelos consumidores e os fizessem pagar (nem que fosse um valor simbólico), pelo que deixassem no prato, talvez fosse boa ideia. Serviria para educar algumas pessoas que têm mais olhos que barriga!

3 comentários:

Maria disse...

Meu Corvo:
Assim é que eu gosto de ti.
Só discordo numa coisa: eles não deviam pagar um preço simbólico, deviam pagar o triplo do que estragaram. HÁ GENTE COM FOME EM TODO O MUNDO. Escrevi em maiusculas porque parece que em linguagem de Net, quer dizer que estou a gritar. E estou. A fome é um flagelo, estragar comida é crime.
O post está muito bom. Tenho orgulho em ti, meu filho, tu sabes.
Beijinhos com lágrimas da
Mãe

Anónimo disse...

Corvo amigo,
Conheço pelo menos um restaurante aqui na nossa zona que cobra o que fica no prato. Penso que cobra ao mesmo preço do consumo.
É assim que deve ser.
Esta sociedade de consumo, consome-nos o bom senso.
De ti espero sempre estes comentários oportunos, plenos de sensibilidade.
Saudades
Nemy

Vasco disse...

Talvez, até, não fosse má ideia, parte desse valor reverter para Instituições e outras causas de solidariedade.

Beijos à minha mãe, e à minha grande amiga Nemy.