
(O Hospital de Arroios não está esquecido. Ficará para uma próxima.)
Desde que nasci até por volta dos meus 15 anos não conhecia sequer o meu médico de família. Por essa idade, apenas precisei para emitir credenciais para marcar consultas no Hospital. Passados alguns anos, sem outras alternativas, passei a ter de ir ao “médico da caixa” da zona onde morava.
As pessoas têm má impressão dos médicos dos Centros de Saúde, e eu não fugia à regra, mas depressa mudei de opinião. Tanto, que, mesmo depois de mudar de residência, não transferi o processo para o Centro de Saúde da área.
Reformou-se o médico. Ainda tenho o processo no outro Centro de Saúde (onde há falta de médicos). Entretanto, resolvi procurar um serviço de saúde (não é da Segurança Social), marquei consulta, esperei 5 meses.
Ouvi falar bem da médica que me ia atender. Há duas semanas, telefonam-me do dito serviço, e um funcionário informa que a médica se demitira e que a consulta para aquele dia fica sem efeito. Passados dias, recebo uma carta com o dia da consulta e o nome do médico.
Sinceramente, não sei o que lá fui hoje fazer. O médico só me perguntou (ao mesmo tempo que pegava na caneta e no bloco das receitas):
- De que é que precisa?
- Sr. Dr.: Vim cá, por “isto”, “assim” assim”.
(Ao mesmo tempo, desenhava os hieróglifos na receita)
- Pronto. Então, está despachado!
- Mas – oh Sr. Dr. – ainda há “isto” e “tal” “tal”.
- Ah, muito bem... É tudo?
- E agora, para quando é que marco consulta?
- Para daqui a seis meses. Adeus!