
Passei o dia em casa, a maior parte do tempo sem fazer nada, senão pensar. Pensar... pensar na vida... pensar no que tem de ser pensado.
Acabei por me recordar do tempo em que éramos cinco e que nos dias de chuva ficava-se em casa.
A minha mãe lia um livro, por vezes contava-nos a história de um livro, ou algumas partes da História de Portugal. E se calhasse haver um bom programa televisivo num dos dois canais, arranjava-se entretenimento;
O meu pai aproveitava estes dias para arrumar a oficina, que depois seria trancada à chave, vá se lá saber por quê... (nessas vezes não estava lá muito bem-disposto). Mas noutras vezes, ia buscar o seu velho Nachet e Fils, e mostrava-nos uma mosca dissecada, as células de um bocadinho de cebola, etc.. Chegou a mostrar-nos os seus bicos de Buzen em funcionamento. Calhando em conversa contava até, das suas experiências em garoto e que pregaram sustos a muita gente. Numa dessas “tardes de físico-química”, ensinou-me como se faz uma pilha. Muito entusiasmado, fui seguindo a montagem da dita. Um frasco com vinagre, uma barra de zinco e uma barra de cobre, uma de cada lado, apenas ligadas pelo vinagre. Não me lembro se conseguimos ver saír energia daquele engenho.
Hoje, após ver na net que se pode fazer uma pilha com limão, fui tentar por a ideia em prática. Quatro pedaços de limão ligados em série, e eis o resultado. No multímetro dá 0,6 volt, o suficiente para fazer trabalhar esta calculadora.
Material: Limão, fios condutores, folha de alumínio, moedas de 1 cêntimo, molas para fixação, um relógio de pilhas, ou uma calculadora; Ocasionalmente, pode fazer falta um voltímetro.
Deu-me cá uma sede... acho que vou beber uma limonada.