sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
Médico - Precisa-se
(O Hospital de Arroios não está esquecido. Ficará para uma próxima.)
Desde que nasci até por volta dos meus 15 anos não conhecia sequer o meu médico de família. Por essa idade, apenas precisei para emitir credenciais para marcar consultas no Hospital. Passados alguns anos, sem outras alternativas, passei a ter de ir ao “médico da caixa” da zona onde morava.
As pessoas têm má impressão dos médicos dos Centros de Saúde, e eu não fugia à regra, mas depressa mudei de opinião. Tanto, que, mesmo depois de mudar de residência, não transferi o processo para o Centro de Saúde da área.
Reformou-se o médico. Ainda tenho o processo no outro Centro de Saúde (onde há falta de médicos). Entretanto, resolvi procurar um serviço de saúde (não é da Segurança Social), marquei consulta, esperei 5 meses.
Ouvi falar bem da médica que me ia atender. Há duas semanas, telefonam-me do dito serviço, e um funcionário informa que a médica se demitira e que a consulta para aquele dia fica sem efeito. Passados dias, recebo uma carta com o dia da consulta e o nome do médico.
Sinceramente, não sei o que lá fui hoje fazer. O médico só me perguntou (ao mesmo tempo que pegava na caneta e no bloco das receitas):
- De que é que precisa?
- Sr. Dr.: Vim cá, por “isto”, “assim” assim”.
(Ao mesmo tempo, desenhava os hieróglifos na receita)
- Pronto. Então, está despachado!
- Mas – oh Sr. Dr. – ainda há “isto” e “tal” “tal”.
- Ah, muito bem... É tudo?
- E agora, para quando é que marco consulta?
- Para daqui a seis meses. Adeus!
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11 comentários:
Parece mesmo irreal!!!
Beijos.
Meu Corvo
Grande bicada, mas muito merecida.
Anda tudo a gozar com a gente. E, o que é pior, com a nossa saúde.
Beijinho
Mãe
Ai Jasus, jasus, foi memso assim? devias manda rpastar o homem e dizer-lhe que o lugar dele devia ser na mercearia ou na farmácia,a a viar remédios e receitas, credo...que falta de sorte.
A minha médica de familia, há 21 anos, desde que cheguei cá a Porrtugal, uma delicia, uma boa pessoa, preocupada, interessada, um amor, mas que sorte a minha!..
Beijinho da laura...
Também não queria acreditar, Paula.
Beijinho.
Eu devia bicar mesmo a sério, fazendo queixa, mas não estou para me aborrecer em vão. O mais certo era não conseguir nada.
Beijinho.
Pois, Laura, até me deu para pensar que ele nem seja médico...
Já não me admirava muito...
Mas ganha, com certeza, como tal.
Beijinho.
Realmente, o serviço de saúde público em Portugal está muito mau.
Já contei por aí uma vez ou outra a experiência do mesmo estilo que tive com uma médica da caixa.
Ainda, infelizmente, pude comprovar a diferença com o meu país quando tive que chamar as urgências para o meu pai aquando da minha estadia há 1 semana na Bélgica. Além de terem vindo 5 pessoas em 5 minutos, um médico, um enfermeiro que colocou logo soro ao meu pai, vinham carregados com 2 máquinas : uma para fazer um electrocardiograma, um outro (que felizmente não foi utilizado) para reanimação cardíaca. Depois dos primeiros tratamentos e exames, levaram-no para o hospital onde continuaram os exames e tratamentos e fomos informadas (a minha mãe, a minha irmã e eu) na sala onde esperávamos e convidados depois de 30 minutos a fazer companhia ao meu pai que ficou um tempo nas urgências e depois foi internado mais 3 dias para controlo. Isto é que é respeito pelo doente e pela família.
Não gosto muito de criticar o país onde vivo, onde fui muito bem acolhida e que se tornou também a minha pátria, mas apetece-me dizer "Aprendam por favor !"
beijinhos, amigo Corvo
Verdinha
Uma grande diferença. Aqui, até algumas pessoas parecem ter medo de perguntar aos médicos (sobre as próprias pessoas ou dos seus familiares) do que padecem.
Verifica-se - principalmente - nos Hospitais falta de dignidade para com os doentes.
Oh Vassco, sabes uma coisa?
Perante uma cena destas - paciência precisa-se!
Abraço
Não sei a que Hospital foi o seu tio, mas posso dizer que no de Santa Maria as urgências não funcionam melhor. Criou-se - há pouco tempo - um sistema de triagem que, se usado devidamente, seria muito prático. Mas, já por diversos relatos de algumas pessoas, dá ideia que dão prioridade, não aos casos mais urgentes, mas a quem mais se queixa. É caso para dizer que "quem não chora, não" é atendido.
Sim, Kim. Temos de ter muita paciência, porque, infelizmente, precisamos.
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