segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Granda Limonada
Passei o dia em casa, a maior parte do tempo sem fazer nada, senão pensar. Pensar... pensar na vida... pensar no que tem de ser pensado.
Acabei por me recordar do tempo em que éramos cinco e que nos dias de chuva ficava-se em casa.
A minha mãe lia um livro, por vezes contava-nos a história de um livro, ou algumas partes da História de Portugal. E se calhasse haver um bom programa televisivo num dos dois canais, arranjava-se entretenimento;
O meu pai aproveitava estes dias para arrumar a oficina, que depois seria trancada à chave, vá se lá saber por quê... (nessas vezes não estava lá muito bem-disposto). Mas noutras vezes, ia buscar o seu velho Nachet e Fils, e mostrava-nos uma mosca dissecada, as células de um bocadinho de cebola, etc.. Chegou a mostrar-nos os seus bicos de Buzen em funcionamento. Calhando em conversa contava até, das suas experiências em garoto e que pregaram sustos a muita gente. Numa dessas “tardes de físico-química”, ensinou-me como se faz uma pilha. Muito entusiasmado, fui seguindo a montagem da dita. Um frasco com vinagre, uma barra de zinco e uma barra de cobre, uma de cada lado, apenas ligadas pelo vinagre. Não me lembro se conseguimos ver saír energia daquele engenho.
Hoje, após ver na net que se pode fazer uma pilha com limão, fui tentar por a ideia em prática. Quatro pedaços de limão ligados em série, e eis o resultado. No multímetro dá 0,6 volt, o suficiente para fazer trabalhar esta calculadora.
Material: Limão, fios condutores, folha de alumínio, moedas de 1 cêntimo, molas para fixação, um relógio de pilhas, ou uma calculadora; Ocasionalmente, pode fazer falta um voltímetro.
Deu-me cá uma sede... acho que vou beber uma limonada.
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
Melhoramentos Municipais em Lisboa propostos por Rafael Bordalllo Pinheiro em 1879
domingo, 18 de outubro de 2009
Não estávamos já no Outono?!
terça-feira, 13 de outubro de 2009
O Jeitoso do Sr. Casimiro
Acertar com a profissão certa nem sempre é possível, seja por não gostar do ofício, seja por ter pouca saída, seja até por não ter jeito.
Avariando-se alguma coisa eléctrica, de canalização, ou gaz, a minha Avó chamava o senhor Casimiro. “Ah, o Sr. Casimiro é muito jeitoso! Tem muita habilidade!”
Eis aqui algumas reparações de sucesso:
- Aquecedor de quartzo que só funcionava no mínimo:
Uma das resistências caíu. Solução: fixar a resistência com solda; resultado: o aquecedor funcionou no máximo durante alguns segundos, e depois ficou novamente a funcionar no mínimo; conclusão: o aquecedor atinge temperatura suficiente para derreter a solda (esplêndido!).
- Avaria no esquentador:
Aldrabice da grossa na reparação (passados dois dias voltou a avariar). Principal dificuldade: colocação da tampa do esquentador. (solução: dizer palavrões e gritar enquanto colocava a tampa);
- Máquina de lavar que não escoa a água do tambor:
Causa: motor de centrifugação avariado; Procedimento: desmontar essa parte e bobinar o motor; resultado: a bebedeira era tanta, que embaraçou e partiu o fio das bobines do motor, e já não conseguiu montar a máquina;
- Canalização:
A ligação do cano ao olho de boi rebentou; procedimentos: fechar a torneira de segurança; abrir uma cratera na parede, depois soldar o cano com o maçarico, e queimar-se ao mesmo tempo; a seguir do trabalho bem feito, voltar a ligar a água, e quási provocar uma inundação.
Estes são alguns dos exemplos de reparações efectuadas pelo “jeitoso” do Sr. Casimiro, que, mesmo assim, acho que tinha mais jeito para a parte da canalização...
sábado, 10 de outubro de 2009
A Torre da Cativa da Boca do Inferno
Reza a lenda que, no local hoje conhecido como Boca do Inferno, existiu um palácio habitado por um temível homem que ocupava parte do seu tempo com feitiçarias.
Certa altura, o poderoso homem decidira casar, e para o fazer seria com a mulher mais bela daquela zona. Consultando a sua bola de cristal, encontrou o que procurava, e mandou que os seus cavaleiros fossem buscar a formosa mulher. Quando a trouxeram, ficou radiante com a sua beleza.
Mais tarde, terá sentido ciúmes e temeu que lhe cobiçassem a mulher, pelo que encarregou o seu mais fiel cavaleiro de se tornar seu guardião, encarcerando-a numa torre, em frente ao mar. Os dias de solidão passaram, até que o guardião decidiu abrir a porta e entrar, para ver a mulher que guardava. Ao sentir o cavaleiro entrar ela, espantada e assustada, perguntou:
- “Quem és tu?”
- “Sou o teu guardião.”
- “Guardião de quê? Da minha solidão? Da minha desgraça? Ao menos tu...”
- “Eu, o quê? Passo os meus dias igualmente só, igualmente preso...”
A semelhança de suas condições juntou-os, levando a amarem-se.
Numa noite, decidiram fugir os dois num cavalo branco. O feiticeiro, ao vê-los fugir, completamente irado, provocou uma enorme tempestade, abrindo os rochedos; um verdadeiro inferno... Só quando se deixaram de ver o guardião e a cativa, é que a tempestade cessou.
Hoje em dia, os buracos nos rochedos causados pela tempestade são bem visíveis. Do outro lado da estrada que ao lado passa, existe o resto de uma antiga construção que, quem sabe, não será a torre...
domingo, 4 de outubro de 2009
O caruncho de Lisboa - Os Sem-Abrigo
Existe um provérbio Japonês que defende que não é correcto oferecer peixe, mas sim ensinar a pescar. Há neste mundo muita gente necessitada, não só por nunca ter sabido pescar, como também por já se não lembrar.
Devido a diversos factores, as pessoas podem caír na marginalidade, passando por diversos “estágios” de miséria. O pior desses estágios é tornar-se “sem-abrigo”.
Estudos mostram que a maior parte da população “sem-abrigo” da capital tem problemas psíquicos graves, muitos dos quais poderiam já existir antes de atingirem esta condição.
Ao tornar-se “sem-abrigo”, o indivíduo começa por deixar de seguir certas regras básicas, tais como: horários, hábitos de higiene, trabalho, sociedade, etc...
Tende, até, por passar a sofrer de alcoolismo, dependência de drogas, mendicidade, problemas psíquicos, etc.
Ora, para ajudar essa população, é preciso mais solidariedade, do que oferecer uma mera esmola, “para Inglês ver”. É fundamental, seguir o desenvolvimento da pessoa, dando-lhe apoio, até que reingresse na sociedade, como um cidadão normal. Ao começarmos a ajudar um ser humano nestas condições, estamos a tomar uma grande responsabilidade, ou seja, não podemos apenas dar a corda, e depois largá-la.
É um processo que requer muita paciência e persistência de ambas as partes.
É necessário lembrar as pessoas que “não é só aos outros que acontece”. É imprescindível que esse espírito de ajuda se mantenha!
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